A. TODOS os plásticos poliolefínicos produzidos são BIODEGRADÁVEIS por natureza pois são compostos de cadeias de várias moléculas de CARBONO e duas moléculas de HIDROGÊNIO. Como CARBONO é alimento microbiano natural deduz-se que todos os plásticos são sim biodegradáveis. O problema é o tempo em que esta atividade de biodegradação pode ocorrer já que as cadeias poliméricas do plástico são muito herméticas não permitindo fácil acesso aos micróbios para penetrarem na cadeia e iniciarem a digestão do CARBONO.
B. Com a premissa acima definida podemos dizer que um plástico descartado num ambiente de descarte urbano como um Aterro Sanitário ( 90% do descarte urbano no Brasil é anaeróbico como um aterro sanitário ) só precisa ter alguma forma de melhorar o acesso aos micróbios presentes nesses ambientes para que a BIODEGRADAÇÃO do produto plástico ocorra mais rapidamente.
C. Existem várias tecnologias de aditivação de produtos plásticos que fazem exatamente esta função de acelerar o processo de BIODEGRADAÇÃO dos plasticos quando descartados em ambientes de descarte urbano.
D. Algumas tecnologias como os aditivos OXO-DEGRADÁVEIS funcionam bem quando o descarte urbano ocorre em ambientes AERÓBICOS como COMPOSTAGENS. Porem não funcionam em ambientes ANAERÓBICOS.
E. Outras tecnologias ORGANICAS/ENZIMÁTICAS foram desenhadas para funcionar especialmente em ambientes ANAERÓBICOS e aceleram a atividade de BIODEGRADAÇÃO num Aterro Sanitário através de um mecanismo que permite à população microbiana presente nesse ambiente iniciar a digestão do carbono na cadeia polimérica.
F. Com relação a decisões de se focarem exclusivamente na reciclagem e na educação ambiental objetivando incentivar a economia circular eu não teria nada a acrescentar ou mesmo criticar pois é realmente uma das ações importantes na cadeia de soluções para o descarte de plásticos. No entanto preciso esclarecer de que atualmente na Alemanha ( o país mais avançado no tema reciclagem ) apenas 40% do plástico produzido é reciclado os outros 60% vão parar em ambientes de descarte urbano. NO Brasil apenas 8% a 12% ( dependendo do produto ) são reciclados.
G. Com base em tudo o que foi esclarecido acima, podemos dizer que permitir a BIODEGRADAÇÃO dos plásticos nos ambientes de descarte urbano é sim uma alternativa complementar às ações referentes à economia circular, pois enquanto não se atinge o almejado 100% de capacidade de reciclagem, é melhor que o plástico BIODEGRADE nos ATERROS SANITÁRIOS, quando descartados lá, permitindo assim uma vida útil maior do Aterro Sanitário, alem de incrementar a produção do biogás que pode ser utilizado como fonte de energia barata e limpa.
H. É necessário tambem esclarecer que o único método de analise, que avalia a biodegradação em ambiente ANAERÓBICO, é o método ASTM D 5511 que deve ser utilizado pelo laboratório independente e certificado para analisar o produto e certificar sua biodegradação.
I. Os resultados desses certificados não podem ser extrapolados pois, como se trata de uma atividade natural, ela não ocorre em linha reta mas sim em plataformas. Assim sendo aquelas empresas que afirmarem que seu produto é biodegradevel 100% em 2 ou 3 anos, sem apresentarem um certificado de um laboratório independente utilizando o método ASTM D 5511, estão fazendo afirmações enganosas passíveis de processos.
Fonte ( TIV BIODEGRADÁVEIS – Tamas I. VERO )